sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Herói?

É inato do homem a necessidade de se arraizar em algo para poder preencher aquilo que ele não consegue realizar. Esse algo normalmente se caracteriza em forma de algo divino. O grande problema é que o divino, em minha opinião, não se caracteriza em forma de homem. E, lamentavelmente e equivocadamente todos os problemas são depositados em um homem que, toma forma de herói. Confuso? Só um pouco.
Essa forma de pensar é comum em muitos, ouço pessoas esperando soluções mágicas, cair dos céus para coisas que denominam impossíveis de serem realizadas por mortais, mas como diz o velho ditado "Deus ajuda quem cedo madruga". Para exemplificar o que estou tentando dizer (digo tentando, porque estou achando difícil explicar!), peço que se recordem de todas as reclamações que vocês fazem sobre o governo. Lembraram? Garanto que são muitas, e eu me incluo nessa. Nós sabemos reclamar muito mas agimos pouco.
Ontem mesmo, antes de dormir, estava assistindo "Passagem Para", um programa da TV Futura direcionado a mostrar diferentes aspectos de um país, o escolhido de ontem era Camboja. Por ser um país muito pobre e carente, em Camboja existem diversas ONGs acolhedoras de crianças que moram nas ruas, e uma delas me chamou a atenção. Esta era liderada e idealizada por um jovem francês que, ao visitar a passeio este país, ficou motivado a fazer algo para ajuda-los. A ONG chama-se "friends", e é através dela que várias crianças sairam das ruas. Eu me pergunto: O que realmente motivou o francês a realizar essa bonita obra? Garanto, ele não queria esperar algo da ordem do heroismo para acolher aquelas crianças.
É por isso e por tantas que não podemos achar que um punhado de homens aglomerados em Brasília vão fazer milagres em quatro anos, só eles não. Não estou fazendo uma defensiva ao governo, mas digo-lhes, e não me sinto coagida de dizer que, fico em cima do muro.
Me parece que o herói, fica no intermédio do homem e do divino, seria mais ou menos, algo parecido com os personagens do filme "X-men" ou da série "Heroes", não acredito que tenha alguns exemplares deste por aí... acredito sim, que a esquizofrenia está tomando conta dos brasileiros, e é por isso que ao perceber as peripécias do governo (os X-mens!), e portanto contrariando a idéia do herói idealizado, o esquizofrênico se rebela e sai matando gente. Não devemos contrariar um esquizofrênico.
Completando os meus vagos pensamentos, lembrem-se também: qual é a população que vai mais às igrejas e, principalmente nas evangélicas? qual a população que elegeu o nosso presidente? Talvez, essa população, sem perceber, faz uma analogia entre Deus e o presidente.
Não existe herói. O herói está em cada um de nós. Ao acordar precisamos ligar a nossa rede neural positiva. E isso serve pra mim.