terça-feira, 16 de outubro de 2007

Sábado a noite

Um dia desses me deparei com uma situação inusitada.

Em um sábado a noite, meu namorado e eu passamos ao mercado para comprar umas biritas, em pleno Mercadorama da Comendador Araújo. Pois então, escolhemos dois vinhos e fomos até a fila do caixa, porém resolvemos trocar os vinhos e pegar um outro que estava mais barato. Então voltamos e apanhamos o outro vinho. Já no caixa novamente, nós distraidos, fomos acordados por uma voz magnífica que anuncia: "Atenção proprietário do veículo placa blá blá blá". E.. adivinhem?? era o carro do Junior, meu namorado.


Imaginem quantas coisas vem na cabeça na hora? Em questão de segundos, pensamos em várias hipóteses, como coisas do tipo: roubaram o carro, levaram minha bolsa, o carro estava estacionado em lugar impróprio.


Logo quando anunciaram olhamos em direção ao carro, pois da fila do caixa podíamos enxerga-lo, mas lá estava ele, aparentemente intacto.

Bom, indo diretamente ao assunto, fomos ver o que tinha acontecido, e nos deparamos com o vidro de trás do carro todo trincado, quase caindo. E mais uma vez veio todos aqueles pensamentos impertinentes. Será um tiro? Nãaaaaaoo, não foi. Foi uma cotovelada. Um andarilho.

Havia na frente do mercado uma moça e um rapaz vendendo balinhas, eles viram o andarilho "cotovelando" o carro e acionaram o mercado e, imediatamente o mercado acionou a polícia. Meus nervos estavam a flor da pele, quem seria esse idiota que estragou meu sábado a noite? Hipócrita era eu.

Dali alguns minutos, chega a polícia com o andarilho, e ao vê-lo fiquei com vontade de chorar. Ele não era apenas um mendigo maltrapilho, tinha problemas mentais. Entendem a minha vontade de chorar?

Os policias já estavam judiando do coitado, e eu vendo aquela cena que nunca tinha visto antes. E essas eram a frases do andarilho: "Eu estava com sede, e não me deram água" Seria ele um idiota como eu havia pensado? E porque no mercado não atenderam o pedido de água?

Bom, quanto ao vidro do carro, o mercado vai ressarcir. Vai ainda, pois existe toda uma questão burocrática e blá blá blá. O copo com água lhes custou caro. Mas e o personagem pricipal da minha estória? o que iam fazer com ele?

Para requerer o vidro novo precisamos fazer um boletim de ocorrência, e fomos até a delegacia. Quem entrou prestar queixa foi o Junior e, segundo ele, os policiais não sabiam fazer o boletim, e muito menos sabiam o que fazer com o andarilho, que não sabia seu próprio nome.

Qual era a importância do meu sábado a noite?